Pular para o conteúdo principal

Notas de Rodapé | Confissões


Tenho me sentido muito limitada. É como se não houvesse muitas opções a serem escolhidas. Imagino a vida de pé a minha frente com os braços cruzados dizendo: Ou é isso ou não é nada! O que mais incomoda é saber que não é a vida que está fazendo isso comigo, fui eu mesma. Minhas escolhas.

 Nunca fui nerd nem patricinha e nunca fui a C.D.F. da sala mas, também não cheguei a ser a loser ou palhaça da turma. Minha primeira decepção amorosa foi quando descobrir que todas as meninas da sala gostavam do mesmo garoto que eu... para minha sorte ninguém sabia disso além de mim mesma. Ás vezes eu tenho olhar para trás e descobrir quem eu fui: A menina feia da sala? A melhor amiga de uma garota que ninguém conhecia? A neta mimada que via os pais uma vez na semana? A garota por quem nenhum garoto jamais se apaixonaria? Acho que todas elas.

 Todo mundo sempre diz que não se importa com o que as pessoas pensam mas é mentira, claro que você, eu ou aquela colega arrogante que você conhece se importa com o que as pessoas pensam ou falam o diferencial é como você vai se comportar diante disso. Nisso, tive uma deficiência nutritiva muito grande no quesito auto-confiança e buscava uma "cura" da maneira errada: Admirava pessoas que não tinham nada haver comigo, tentava mudar quem eu era para me encaixar no que as pessoas queriam que eu fosse e buscava amizade de pessoas com quem normalmente não conversaria e não teriam nada a me oferecer. O resultado foi iminente, tive grandes decepções e acabei com uma baita depressão numa fase muito jovem da minha vida, eu ainda ia fazer 14 anos quando os primeiros sintomas apareceram.

 As coisas não foram fáceis e nem começaram a ser, meu emocional sempre foi meu ponto fraco e embora muitas vezes conseguisse sufocar até que eu estivesse sozinha acabava em um ataque do pânico que aos poucos foram ficando cada vez mais comuns e visíveis com os "tics" nervosos.

 Não posso dizer que adquirir minha total outo-confiança com o passar dos anos mas em uma dessas tentativas surgiu a ideia da tatuagem. Eu sempre fui do tipo de pessoa que dizia "Acho bonito nos outros mas, não em mim" e quando minha psicologa me convenceu de que eu precisava de algo que me desse confiança logo pensei numa tatoo.


 TODAS AS PESSOAS que vêem minha tatoo e perguntam o significado ficam bastante atônitas com a resposta. Soy la chica de tus sueños parece ofender, afrontar ou despertar os mais diferentes e peculiares sentimentos nas pessoas e quando me perguntam o porquê me limito apenas a dizer que foi para o meu marido ou ideia dele, quando na verdade foi inteiramente para mim.

 Eu queria que sempre que me olhasse no espelho lembrasse que eu SOU SIM a garota dos meus sonhos, aquela que eu admiro e quero ser. É exatamente uma forma de lembrar a mim mesma que eu sou perfeita da forma que sou e que não preciso mudar para agradar ninguém.  Explosiva impaciente, volúvel, confusa e muitas vezes ingênua e temperamental, essa sou eu e eu me aceito assim!


 A verdade é que eu não sei exatamente quem eu sou ou o que fui mas, descobrir quem eu quero ser e eu quero ser aquela garota que não se arrepende do que faz, aprende com os erros e é grata a cada dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

[Resenha]: Desaparecida

Ano: 2014  Páginas: 320 Editora: LeYa Sinopse: Emma Tupper não existe mais. E por que não, então, inventar uma nova Emma Tupper? “Só poeira. É como se eu tivesse sido apagada. Transformada em cinzas.” Quem nunca sonhou em recomeçar a própria vida do zero? A jovem advogada Emma Tupper se vê diante dessa oportunidade quando volta para casa, após passar seis meses desaparecida na África. Surpresa, percebe que todos acreditam que ela estava... morta. Emma descobre que sua antiga vida foi apagada. O apartamento onde vivia acaba de ser alugado para um novo inquilino, o misterioso fotógrafo Dominic. No escritório de advocacia, no qual construía uma carreira brilhante com chances de concorrer ao cargo de sócia, sua rival Sophie se apossou não só de seus clientes e de sua sala, mas também de seu namorado, Craig. Enquanto tenta resolver o caos no qual seu mundo se transformou, Emma se questiona: ela era feliz antes de sua viagem à África? Tinha valido a pena se