Sinopse: Ethel diz estar morrendo. Contudo, não afirma isso apenas em razão de sua doença. Talvez a única certeza de nossa existência seja a morte, o fato de que ela chega para todos. Mas nem por isso deixa de ser a maior incógnita da vida.
Em um hospital, em meio à dor das histórias dos pacientes, Ethel encontrou amigos. Entre passeios em cemitérios, frequentando velórios e enterros de estranhos, ela tenta preparar a si e aqueles que ama, para o que parece estar ali tão próximo, o fim. Entretanto, não esperava enfrentar algumas surpresas que a fizessem duvidar de tal preparação.
As estatísticas ruins, a inexorável passagem do tempo. Onde reside a lógica disso que nos arranca pedaços, da súbita inexistência do que outrora era vívido e pulsante? Um corpo que jaz. Palavras que se perdem. A finitude de tudo o que é tão belo talvez seja a maior dor do mundo.
Uma vida para sempre é um compilado de desejos, pensamentos e dias.
Quanto dura o para sempre?
Ethel descobriu.
Paginas: 347
Editora: Novo Século
Ethel ostenta uma condição pouco comum e igualmente invejada, entrento, a beleza desta condição limita-se apenas a impressão superficial do seu significado. Ela nos permitirá, através de palavras reais e zombeiras, mergulhar nas verdades das quais todos fugimos e nos afogar nelas.
Ja percebeu que quando você inicia um livro sem qualquer expectativa é neste momento que é arrebatado por um turbilhão de sentimentos inexpressivos e você tem a sensação de que finalmente encontrou uma parte de si nele? Finalmente aquele que poderá listar como perfeito. Uma personagem cheia de conteúdo, um romance lírico e realista, as verdades descritas como poesia, seus medos e pensamentos escritos com a ínfimos detalhes, a harmonia entre a dor e a necessidade.
Não estava preparada para o que estava por vir, e logo após o primeiro capítulo eu ja tinha a certeza que um final amargo e imprescindível me esperava ao virar das páginas. Mas não estava pronta para abandonar a Ethel, muito menos o Vítor.
Não estava preparada para o que estava por vir, e logo após o primeiro capítulo eu ja tinha a certeza que um final amargo e imprescindível me esperava ao virar das páginas. Mas não estava pronta para abandonar a Ethel, muito menos o Vítor.
Eu lia duas páginas e me emocionava. Lia mais duas e me emocionava. Não era a tristeza que pesava cada uma delas, era a verdade. As vezes uma frase era o suficiente para me fazer ponderar durante horas. Cheguei a pensar que não conseguiria terminar de ler em menos de 6 meses, e pensava isso sempre depois de pausar a leitura sem conseguir apagar o sorriso débil do rosto, e o olhar perdido no acaso.
Não. O livro não é mais um romance meloso ou sick lit feito para esmagar seu coração de piedade, apesar da condição peculiar dos personagens o único sentimento plausível que nos remetera é a vulnerabilidade e a aceitação. Aceitar que a dor é necessária, aceitar que a morte, por mais inflexível, também é.
Existe psicologia e filosofia em todo o livro, Ethel é inteligente, reflexiva, racional, consciente. E são essas peculiaridades caracteristicas que montam sua perfeita personalidade, sem lamentações. Sua linguagem expressiva e marcante, seu cotidiano, as pessoas que irá conhecer e os sentimentos que irá descobrir compõe essa história.
Das muitas certezas - ou incertezas - sabera que sempre que você ouvir a palavra dor, vai rir da hironia intrínseca nela, que jamais utilizará o OK da mesma maneira, não sem lembrar que de um modo geral, não passa de uma grande mentira. A leitura é repleta de citações da lietartura nacional e da música, dado ao gosto admirável dos personagens.
Enfim, não há como se expressar sobre o livro sem antes ler conteúdo, eis o único livro cujo sinopse não te prepara para o que irá encontrar, cuja aparência e título lhe encantam, cujos sentimentos revelam a grande falácia que preferimos viver o que lhe farar sentir como uma criança esdrúxula em meio infinidade das palavras. E assim, me peguei as 7 horas da manhã, após uma madrugada de leitura, enviando uma mensagem atrevida para a Simone para dizer o quanto a odiava.
Não sou capaz de expressar com completa avidez todos os sentimentos e frustrações gerados com a leitura sem um spoiler colossal. Somos preparados para algo e no instante em que nos sentimos prontos, sem aviso, sem segunda chance, somo surpreendidos.
Existe um enorme abismo entre o que é necessario e o que é fundamental. E neste livro veremos, que a dor é fundamental.
Li e recomendo.
Beijos, Milla Almeida.
Oi, Milla!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas através de sua resenha acabei me interessando. Com certeza o colocarei na lista de próximas leituras!
Você escreve muitíssimo bem!
Abraço,
R.F. Orsi
www.rforsi.com
Obrigada Orsi.
ExcluirBjs.
Oi Mila! Já li coisas ótimas sobre esse livro e juro que adoraria fazer essa leitura. Sua resenha ficou show.
ResponderExcluirBjão.
Diego, Blog Vida & Letras
http://blogvidaeletras.blogspot.com
Obrigada Dig, o livro é muito bom.
ExcluirBjs
Mila, já tinha visto aqui o livro quando você anunciou a parceria e fiquei com vontade de ler. Agora, depois de ler a sua resenha (que está maravilhosa) fiquei com uma vontade maior ainda, pois tudo indica que a escrita da Simone casa perfeitamente com o que me prende a um livro. A profundidade do que ele nos revela e a possibilidade de nos fazer pensar. Isso é fantástico! Muito obrigada pela dica. Beijos, flor!
ResponderExcluirIlmara F.
é Incrivel Ilmara, tenho certeza de que irá se apaixonar.
ExcluirBjs.
Olá, Milla.
ResponderExcluirÉ um livro que foge do estilo literário que costumo ler, mas a sua resenha foi tão positiva que fiquei tentando a dar uma oportunidade. Além disso, acredito que eu vá gostar da protagonista. Gosto de personagens espertos como ela.
Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro. Serão dois vencedores.
Ela é uma personagem consciente, sem frescuras e é por isso que me apaixonei por ela. Aposto que irá gostar.
ExcluirBjs.